Hoje decidi falar um pouco sobre liderança, talvez porque estive ontem num dos nossos clientes com a administração e principais quadros decisores a trabalhar precisamente este tema.
Este nosso cliente (como muitas outras empresas) está neste momento a atravessar talvez a maior mudança da sua vida empresarial. Há cerca de 3 meses passaram por uma diminuição nas suas vendas de cerca de 30%.
Como devem imaginar, as mudanças que vão ter de ser realizadas vão abanar o barco de uma forma muito forte.
Fomos contratados para falar sobre Liderança em tempos de mudança e como apoiar e motivar as estruturas a caminharem todas no mesmo sentido.
Devo confessar que tudo isto me fez pensar.
Pensar na situação da maioria das empresas em Portugal e no mundo e nas principais barreiras que atualmente enfrentam face às mudanças que têm de realizar para conseguir sobreviver ao novo paradigma económico atual.
Muitas das nossas empresas encontram-se estagnadas em termos de liderança.
Não que seja culpa das pessoas, mas os anos que passaram foram particularmente desafiantes e a prioridade não foi com certeza a formação ou capacitação de liderança das chefias e lideranças.
A atual conjuntura económica, no meu entender, não deve ser vista como boa ou má. Deve ser encarada como mais uma mudança que o mercado nos apresenta, à qual as empresas devem reagir, liderando as suas pessoas tendo em conta esta nova realidade.
Já está um pouco batida a frase de que “a crise apresenta sempre uma oportunidade”.
No meu entender, sim, mas acaba por ser como uma música que está na moda e que de tanto a ouvirmos na rádio começamos a ficar saturados.
As empresas e organizações sempre tiveram momentos bons e maus.
Isso não é novidade. O que fez sempre a diferença na sua sobrevivência foi a capacidade dos seus líderes para motivar, inspirar e conduzir as suas pessoas aos novos paradigmas que tiveram obrigatoriamente de ser implementados.
Ora, mas como é que tudo isto se pode fazer?
Como é que eu posso mostrar às minhas equipas e aos seus líderes que sair da sua zona de conforto é possível, se não imprescindível, para a sobrevivência?
Na nossa opinião, é necessário quebrar as barreiras internas das pessoas.
Todos nós temos algumas limitações internas, que na maioria dos casos não são reais, mas que nos impedem de sermos melhores líderes, chefes de equipa, diretores, enfim, até por vezes “pessoas”.
Uma das coisas que habitualmente fazemos nos nossos programas de Formação de Liderança e de Formação Comercial é utilizar exercícios um pouco diferentes do habitual, fazendo depois um paralelo com o ambiente da empresa nas diversas vertentes.
O que descobrimos há alguns anos é que se conseguimos mostrar às pessoas através de exercícios simples que conseguem atingir muito mais do que acham que é possível, conseguimos também transpor essa realidade para o seu mundo empresarial.
Exercícios como quebrar tábuas, caminhar sobre brasas, dobrar uma seta com a garganta são um pouco mais fora da caixa. Mas permitem-nos mostrar de uma forma clara que os limites que achamos que temos estão apenas na nossa cabeça.
O que verificamos por inúmeras vezes é que, quando a pessoa consegue ultrapassar um destes exercícios, internamente dá-se a seguinte mudança:
“Se isto, que eu considerava impossível, foi tão simples de atingir, que outras coisas é que tenho na minha vida, empresa, equipa, que nunca fui capaz de atingir por nunca ter estado sequer disposto a aceitar que era possível e a tentar?”
O processo de liderança envolve muitas vezes a necessidade de dar o exemplo, ir à frente, ser o primeiro.
E é precisamente isto que queremos mostrar às pessoas que é possível.
O processo de liderança numa empresa tem algumas componentes que são críticas.
Muitos dos líderes que conhecemos têm deficiências graves em várias áreas que afetam de uma forma bastante aparente a sua capacidade de direção e liderança.
Um líder tem de ter a capacidade de entender como é que as pessoas que lidera na sua equipa funcionam.
Como é que pode comunicar mais eficazmente com cada uma delas.
Sim, porque na maioria dos casos trata-se precisamente disso.
Tocar cada uma das pessoas com que trabalhamos a um nível individual e não coletivo.
Não que não seja necessário trabalhar as dinâmicas de grupo que se criam e têm de gerir, mas, em última instância, passa por tocar cada um no seu âmago.
As diferentes pessoas que temos na nossa equipa não se:
- motivam todas da mesma maneira;
- lideram todas da mesma maneira;
- controlam todas da mesma maneira.
Está a ver aqui um padrão?
Claro que está, no nosso entender muitas vezes deve ser o líder a adaptar-se a cada pessoa que lidera e não o contrário.
Por isso é que, nos nossos programas de “A Nova Arte de Liderar”, mostramos aos quadros decisores das empresas como é que a cabeça das diferentes pessoas funciona.
Como é que é mais eficaz liderar uma pessoa de uma maneira ou de outra.
Até mesmo quando selecionamos um dos elementos da equipa para uma tarefa ou na forma como delegamos o que tem de ser feito.
Um bom líder tem de ter a capacidade de entender as pessoas com quem trabalha a um nível mais profundo do que é habitual.
Na liderança existem duas componentes que é fundamental trabalhar:
- O Líder como pessoa, a nível do seu desenvolvimento pessoal
- A sua capacidade de liderança da equipa, a nível das técnicas e processos de liderança
Se não trabalharmos estas duas componentes em simultâneo, o processo de liderança fica muitas vezes coxo.
Posso ter um líder que é excelente tecnicamente na forma como delega e controla as suas pessoas, o que, em situações normais, até é suficiente, mas quando a empresa enfrenta situações fora do normal, o que é que acontece?
A componente relacional que deveria ser utilizada para entender a psicologia por detrás de cada situação e como é que humanamente as pessoas são afetadas pela mudança não está lá.
E muitas das vezes o processo de liderança que antes era utilizado já não resulta como antes resultava.
E na sua empresa? Acha que a liderança é à prova de FOGO?
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