Desde o início da “crise”, que já nem sei quando começou, que as pessoas na empresa andam tristes, zangadas, com caras de desilusão, desmotivação e de braços caídos. Mas o que encontramos mais é de facto outra coisa, ainda mais grave que as mencionadas antes, que é o sentimento do “baixar os braços”.
O desalento toca o desespero e faz-me pensar sobre a nossa postura perante os problemas. É óbvio que a economia anda tremida, a inflação uma desgraça, tudo sobe, a começar pelo pão e a acabar nos transportes, as pessoas sentem-se inseguras em relação ao futuro.
Nas empresas com quem trabalhamos muitas vezes o cenário com que nos deparamos é muito semelhante. Um baixar de braços porque o “mercado” está impossível, um grande medo em avançar para os clientes, pois eles ou são difíceis de conseguir ou podem não pagar, o receio de investir em acções inovadoras, pois o retorno não é garantido, entre outros humores menos alegres.
E uma das conclusões a que chego sempre é que dá tanto trabalho estar neste estado de espírito como num bem mais divertido.
Há uns tempos, enquanto esperava por uma amiga à porta de um restaurante numa rua movimentada, fui vendo o semblante de quem passava. Rostos sem expressão, olhos baixos, desalento… e numa esplanada estava uma criança com uns 2 anos e uns headphones enormes a “curtir” uma música. Descontraída, sem pensar no que os outros pensariam dela, ouvia e dançava dando um espectáculo fantástico. As pessoas que passavam começavam a reparar e a SORRIR. Em segundos aquela criança transformava os rostos de quem passava, pois era impossível ficar indiferente à descontracção e alegria.
Em quanto tempo podemos mudar o nosso estado de espírito? Em micro segundos! É só querermos ou então termos algo que nos leve ao sorriso!
E como fazemos isto nas empresas?
– Comece por si!
Não conseguimos motivar ou alegrar ninguém se não estivermos motivados e alegres. Mas tem de ser genuíno. Já pensou na quantidade de coisas pelas quais poderia estar agradecido e não está? Continua fixado na tristeza que é não ter dinheiro para ter um iphone4? Temos tantas coisas pelas quais estar gratos que nos concentramos sempre no que não temos.
Agradeça o que tem, todos os dias. Reveja as suas metas pessoais e objectivos com frequência. Lembre-se que a vida é curta e temos de aproveitar ao máximo o tempo que temos e estar de bom humor não significa estar a rir às gargalhadas, mas sim confiantes, com esperança no futuro.
– Não tenha medo de desabafar
Claro que todos temos os nossos momentos. Nas empresas temos de criar uma comunicação aberta para que, quando nos apetecer estar de mau humor, ninguém fique aborrecido ou melindrado. Somos humanos e latinos, as crises de mau humor ou de desabafo são normais, mas não podemos ficar sempre com esse estado de espírito.
– O que é que eu não vejo?
Muitas vezes começamos as reuniões assim: o que nos está a escapar? Sem o conhecimento profundo do mercado, dos clientes e da concorrência, não é possível chegar a conclusões nenhumas e assim será mais difícil criar novas acções, implementar novas dinâmicas, puxar pela imaginação da equipa e ter uma abordagem diferente no mercado.
– Crie um bom espírito de equipa
Muitas pessoas passam mais tempo na empresa que em casa, por isso é imperativo que o ambiente seja de equipa. Por vezes pequenas reuniões de equipa com uma abordagem mais lúdica e recreativa operam milagres na motivação.
As nossas equipas são a nossa imagem no espelho e tanto se contagia o bom como o mau humor.
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