Nunca como nestes últimos tempos ouvi tantos líderes a dizer que precisavam de fazer um “shake” motivacional à sua equipa. Mas serão só as equipas que precisam de ser abanadas, será a nossa liderança que precisa de um abanão ou será a proposta de valor que estamos a levar aos nossos clientes que precisa de ser revisitada?
Às vezes sentimos que precisávamos de um botão <REFRESH>… Prometa a si próprio que a próxima vez que o seu subconsciente lhe trouxer esta ideia ao pensamento, não a vai deixar escapar, combinado?!
Há uma citação de Goethe que, em matéria de inovação, me delicia: “As ideias são como uma peça de xadrez que fazemos avançar. Podem ser conquistadas, mas podem dar início a um jogo ganho”.
Já que estamos em jogo…, podemos dar-nos ao luxo de continuar a jogar sem ser um jogo ganho? Então por que razão descurar a inovação, subavaliar a criatividade e fecharmo-nos a novas ideias?
Testar a inovação
Não podemos passar sem questionar se a nossa organização é inovadora. Um breve diagnóstico pode exigir responder a questões muito simples, como as que seguem:
– A organização acredita na inovação e é entusiasta da mudança ou encontra motivos para não inovar?
– A estrutura da empresa é flexível e as ideias que surgem são postas em prática?
– Há espaço e confiança suficientes para a crítica construtiva e para deixar errar, aprender com os erros e falar sobre isso?
– As equipas são envolvidas nos processos criativos e são encorajadas a participar? Os mais criativos permanecem na empresa?
– Quais as últimas iniciativas inovadoras que foram empreendidas e quando?
Se este teste não o deixou angustiado, fantástico, caso contrário, é melhor por mãos à obra!
A inovação faz-se da criação, da recolha e da implementação de ideias. Lá por não se estar a fazer nada de novo, não quer dizer que não possam existir ideias para tal; faltará provavelmente lançar um fórum apropriado para, periodicamente, se estimularem os nossos colaboradores neste tipo de processos criativos.
Fórum Geração de ideias
Costuma dizer-se que várias cabeças pensam melhor do que uma e este é o princípio do brainstorming. Nos brainstormings que conduzimos com as Equipas, desafiamos muito cada colaborador a pensar sem restrições e, em sentido figurado, costumamos oferecer uma varinha de condão a cada um para pensar livre de filtros (de recursos, de budget, das caras franzidas, do olho esbugalhado do chefe, …)
Quanto mais ideias surgirem numa sessão deste tipo, mais giro e rico é.
Como princípios fundamentais a respeitar é importante reconhecermos que qualquer ideia é bem-vinda e merece ser agradecida. Há também que garantir que os nossos colaboradores não se melindram, isto porque haverá sempre algumas ideias que (pelo menos por agora) não terão pernas para avançar.
Validar cada ideia passa por questionar que salto qualitativo ou de resultados proporciona, caso contrário a ideia não é necessária.
Ser original também não chega, é determinante que a ideia tenha um potencial comercial, que permita racionalizar custos e/ou que traga benefício tangível para o cliente.
Moderar uma sessão desta natureza pode complicar-se quando os elementos criativos são poucos, quando os comportamentos da Equipa são fechados ou quando não é comum este tipo de reuniões de grupo. Parece que ficam todos a olhar uns para os outros a ver se alguém ganha coragem… Nessas situações terá de ajudar ao processo, espicaçar e questionar um pouco mais.
Sabemos que não podemos reunir a toda a hora por causa das tempestades de ideias, questionar mais e pensar fora da caixa são um objectivo diário, que poderá mesmo ser avaliado em termos de desempenho.
Eu@inovador
Cabe a cada EU inovar, independentemente das sedes próprias criadas para o efeito ou do grau de criatividade de cada um.
Às vezes, só não somos mais criativos porque não nos obrigamos a parar e pensar à margem dos limites habituais do problema / da solução, lá está, não ousamos sair do quadrado…
Outras tantas vezes, não somos mais criativos, porque não pedimos opiniões, não integramos as opiniões dos outros ou julgamo-nos demasiado certos para considerar outras perspectivas…
Quantas mais fontes consultarmos, quanto mais lermos, quanto mais escutarmos o nosso subconsciente, mais nos daremos conta de que não somos detentores da verdade absoluta e mais preparados estaremos para obviar os nossos juízos de valor.
É verdade que ter uma nova ideia pode ser delicado mas, ao não a partilhar, pode estar a comprometer muito mais o futuro da empresa e o seu próprio futuro!
Enquanto Gestão de Topo, para ser capaz de inovar tem de saber aceitar o risco, ser flexível e estar motivado para operacionalizar algumas dessas ideias.
Nada de se demover pelo primeiro encolher de ombros, por um “Olha, está doido. Deves ter muita sorte, deves”, mesmo que estes venham da família ou de um dos seus melhores amigos.
Não há como diferenciar sem inovar… por isso, de que está à espera para fazer REFRESH?
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