Certezas por um canudo
A certeza e o conforto são para muitos verdadeira necessidade, a nível emocional, monetário, etc. Se houve algo que os últimos tempos nos tiraram foi certezas, a ponto de as novidades serem uma constante e da informação de que as regras lá fora mudaram chegar até pela boca dos nossos clientes.
Muito recentemente, numa reunião de diagnóstico, um Director dizia-me “sinto-me uma panela de pressão ambulante”. Não foi difícil perceber porquê, depois de falar com dois elementos da sua equipa…
Será que a ansiedade e angústia nos fazem mergulhar numa espiral descendente de motivação? Será que isso nos impede de ver o que os outros têm de bom, de ser positivos, de converter as situações em oportunidades, de decidir outros caminhos?
Pegando numa citação de Jim Rohn, “muitos juízos repetidos ao longo do tempo são o caminho para o fracasso”. Às vezes é determinante desviar da cruz, olhar com outros olhos e mudar o nosso foco.
Se a certeza virou incerteza, se o conforto virou novidade, o que de novo me pode equilibrar, reduzir a ansiedade, poupar o desgaste… e as explosões (esperando que este não seja o seu registo!)?
Qual o ponto de viragem de cada um? Qual o nosso ponto de viragem enquanto Equipa?
EU motivo-me…
Uma Empresa, uma Equipa fazem-se de cada EU. E cada EU hoje não pode estar à espera dos outros EUs para percorrer o caminho.
Se, no passado, cada um estava à espera de factores externos para se motivar, sobretudo vindos do seu líder, hoje cada um tem de ser líder de si próprio, tem de encontrar os factores motivacionais que o fazem progredir, que o fazem correr atrás dos seus sonhos.
Por vezes é preciso dar uma escapadela, permitir-se fugir da correria do dia-a-dia e parar para pensar, realinhar objectivos, revisitar as nossas metas e… não adiar mais. Ganhar esta distância da rotina pode ser sinónimo de parar de fazer asneira!
Quem fica à espera de melhores dias está a cometer um erro e a condicionar o futuro. É por isso que o melhor investimento que cada EU pode fazer é em SI próprio, preparando-se melhor, lendo mais, aprendendo, estudando, ganhando autonomia.
A vontade de fazer progressos, o querer crescer e desenvolver-se, o gostar de participar em algo novo ou de ser responsável por construir algo de raiz são alguns dos factores motivacionais comuns às pessoas de maior sucesso.
Agora a diferença não está no que sabemos, mas no que fazemos com o que sabemos… Se mudar é o caminho possível, toca a decidir que passos dar e… concretizar!
Envolver para crescer
Chamar pelo ponto de viragem de cada um nas nossas Equipas passa por envolver mais e comunicar melhor, passa por complementar a motivação intrínseca dos colaboradores com factores motivacionais proporcionados pela empresa.
À escala empresarial, o melhor investimento que podemos fazer é nas pessoas.
Nas nossas sessões de diagnóstico ficamos estupefactos quando nos dizem que o orçamento de formação está congelado, que não há tempo para reuniões, que este ano não houve kick-off, que recrutar sangue novo nem pensar ou que coaching é só para as grandes…
É importante racionalizar estes custos, tal como os de marketing ou de inovação, mas congelar determinados investimentos é condicionar sucesso, é fazer asneira à escala empresarial…
Como é que podemos exigir um outro nível de compromisso e não dar nada em troca?!
Estará a pensar que motivar em tempos de crise não pode mais ser o que era. E tem toda a razão… mas também aqui temos que ser criativos!
Por não conseguirmos pagar prémios, não quer dizer que dispensemos a avaliação de desempenho; por não termos nada de bom ou novo para comunicar, não ganhamos nada em pôr a comunicação em suspenso; por não haver sucessos grandes para comemorar, não é suposto deixarmos de celebrar as pequenas vitórias.
Se cada EU na nossa Equipa está empenhado e “arregaçou as mangas”, não há como não ir ao encontro disso. As pessoas nas equipas crescem à medida dos desafios que lhes são lançados, é preciso apontar a direcção, ajudar a preparar e disponibilizar as ferramentas, dar autonomia e delegar, arriscando controladamente.
De forma transversal, sabemos que a atitude altera comportamentos e que os comportamentos alteram resultados… os tais resultados de que tanto precisamos!
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.